Dia das Mães e o Luto

Dia das mães e luto

Mãe faz falta. Sempre. Todos os dias.

Uma relação única e que nos marca desde os primeiros minutos de vida.

Uma relação mais do que ambivalente para muitos, mães e filhos, vão se encontrando e se perdendo ao longo da vida. Juntos, dão sentido, ressignificam os laços, transformam os sentidos da vida.

Mãe pode organizar e desorganizar o nosso sentir, o nosso viver, o nosso ser e estar no mundo. Vem daí o nosso primeiro modelo de cuidado, de segurança ou insegurança. Vem dessa história a nossa capacidade de explorar o mundo, de arriscar, de tentar conhecer e sentir o mundo fora desta relação (mas com ela dentro de nós).

Hoje, Dia das Mães, penso que também é Dia dos Filhos. Um não sabe ser no mundo sem o outro. Um não pode ser sem o outro. Para existir uma mãe, obrigatoriamente, tem que existir um filho. Sobre o luto, o que podemos dizer aqui é que, mãe continua sendo mãe, mesmo quando o filho morre. Filho, continua sendo filho, mesmo quando a mãe está ausente para sempre.

Essa relação está garantida. Esse vínculo nunca, jamais será rompido. Não existe força capaz de destruir e encerrar com a potência do vínculo formado (mesmo quando ele não é bom)!

Dói sim, não ter a presença física, a voz, o cheiro, a comida, o sorriso, a bronca, a voz por perto.

Dói sim, ver outras mãe e outros filhos se reunindo.

A saudade dói.

A dor do desamparo mexe dentro, pode tirar a gente da “fôrma, do molde da possibilidade do viver” e nos fazer sentir desencaixados.

A dor, parece aumentar o nosso tamanho. Sendo ela grande e forte, parece tomar tudo o que está ao nosso redor.

Mas a sua tendência é a de retornar ao seu lugar de encaixe, voltamos a funcionar, voltamos a nos acalmar para nos reencontrar com a vida. No nosso tempo, com o custo do que teve que ser modificado para cabermos na vida nova que parece ser como a antiga, mas que tem muito de diferente. E isso acontece porque, simplesmente, falta uma Mãe.

A dor desta perda nos marca para sempre.

Mas não podemos esquecer que, também somos marcados pelo que vivemos junto dela, com ela, para ela e, agora, sem ela.

Ela está dentro de nós, misturado ao que nos tornamos.

Somos parte dela, e ela, foi embora, levando um pouco do que é nosso.

 

É triste, mas também é lindo.

 

Feliz Dia das Mães.

Feliz Dia dos Filhos.

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