Caminhos e luto

Caminhos e luto

Nossas escolham são redefinidas nos encontros, nas novas tarefas, frente a novos desafios. Nossos passos, transformados a cada novo caminhar, em cada possibilidade de troca de olhar, nas construções do cotidiano. Acaso nos leva a lugares novos, por vezes, perigosos, outras, em jogos de emoção e sedução. Destino, que pode pregar peças, ser oráculo, ou feito de travesseiro molhado nas lágrimas da madrugada. Nos enlutamos o tempo todo sem nem perceber. Perdemos a todo momento, sem pensar no que representa o símbolo do envelhecer. Luto não é cair, desabar, chorar e lamentar apenas. Luto é transição na contramão, é quebra do caminho, é recomeço sem entendermos como e por que se rompeu. Luto é vida no refazimento possível dos recortes soltos, é junção e união de peças com sentido que, esparramadas, se perdem em sua direção. Luto é reagir e sobreviver, mesmo quando o caminho nebuloso não pode ser visto. Luto é revisitar nossos espaços de solidão, silêncio e, ainda assim, repousar nas memórias, lamentar a ausência, conversar imaginariamente com a certeza que o outro nos ouve. Luto é não perder a conexão, é não fazer da ausência,falta. Luto é amar que a gente se encontrou, que a gente se amou, mas que, um de nós, partiu. “Deixo contigo um pedaço meu. Para sempre.”

Gostou do conteúdo? Compartilhe